Tuesday, May 31, 2005

Se...

Queria partilhar convosco um poema que tem sido parte de mim já há uns anos... Há várias traduções russas, muito melhores que a tradução portuguesa, e claro, o original em ingles é fantástico. Vou publicar a versão portuguesa e inglesa. O poema é de Redyard Kipling.

Se
Se és capaz de manter a tua calma quando
Todo o mundo ao redor já a perdeu e te culpa;

De crer em ti quando estão todos duvidando,
E para estes no entanto achar desculpa;

Se és capaz de esperar sem te desesperares,
Ou, enganado, não mentir ao mentiroso,

Ou, sendo odiado, sempre ao ódio te esquivares,
E não parecer bom demais, nem pretencioso;

--:~:--

Se és capaz de pensar - sem que a isso só te atires;
De sonhar - sem fazer dos sonhos teus senhores;

Se encontrando a Derrota e o Triunfo conseguires
tratar da mesma forma a esses dois impostores;

Se és capaz de sofrer a dor de ver mudadas
Em armadilhas as verdades que disseste;

E as coisas, por que deste a vida, estraçalhadas,
E refazê-las com o bem pouco que te reste;

--:~:--

Se és capaz de arriscar numa única parada
Tudo quando ganhaste em toda a tua vida;

E perder e, ao perder, sem nunca dizer nada,
Resignado tornar ao ponto de partida;

De forçar coração, nervos, músculos, tudo
A dar seja o que for que neles ainda existe,

E a persistir assim quando, exaustos, contudo
resta a Vontade que em ti ainda ordena: "Persiste";

--:~:--

Se és capaz de, entre a plebe, não te corromperes,
E, entre Reis, não perder a naturalidade,

E de amigos, quer bons, quer maus, te defenderes;
Se a todos podes ser de alguma utilidade;

E se és capaz de dar, segundo por segundo,
Ao minuto fatal todo valor e brilho,

Tua é a Terra com tudo o que existe no mundo,
E - o que ainda é muito mais - és um Homem, meu filho!

If

If you can keep your head when all about you
Are losing theirs and blaming it on you;
If you can trust yourself when all men doubt you,
But make allowance for their doubting too;
If you can wait and not be tired by waiting,
Or being lied about, don't deal in lies,
Or being hated, don't give way to hating,
And yet don't look too good, nor talk too wise:
If you can dream -- and not make dreams your master;
If you can think -- and not make thoughts your aim;
If you can meet with Triumph and Disaster
And treat those two imposters just the same;
If you can bear to hear the truth you've spoken
Twisted by knaves to make a trap for fools,
Or watch the things you gave your life to, broken,
And stoop and build 'em up with worn-out tools;
If you can make one heap of all your winnings
And risk it on one turn of pitch-and-toss,
And lose, and start again at your beginnings
And never breathe a word about your loss;
If you can force your heart and nerve and sinew
To serve your turn long after they are gone,
And so hold on when there is nothing in you
Except the Will which says to them: "Hold on!"
If you can talk with crowds and keep your virtue,
Or walk with kings -- nor lose the common touch,
If neither foes nor loving friends can hurt you,
If all men count with you, but none too much;
If you can fill the unforgiving minute
With sixty seconds' worth of distance run --
Yours is the Earth and everything that's in it,
And -- which is more -- you'll be a Man, my son!

Diário...

Para animar o dia e soltar a criatividade, vou publicar o meu diário, ou seja como é o meu dia a dia:)

O acordar... olhando com optimismo para o dia a nascer (um nascer tardio, porque eu durmo até a última)

Não se pode acordar sempre bem disposta! As vezes acorda-se assim...

O susto que se apanha quando se olha para o espelho a tentar ajeitar o cabelo....
Alimentar os cães: Charlie e Dick (quando estou em Aveiro) e alimentar me a mim
Trabalho... computadores... ainda nem sei se os computadores têm alma, mas as vezes penso que eles não gostam muito de mim:)
Toda gente já viu o meu SONY-VAIO???? NÃO???
Ya... a hora de almoço costuma ser assim... na esplanada da Sereia...
Poize.... Quando me deixam, eu também canto... até profissionalmente... O problema é que raramente deixam!
Ai ai... Piscina 3 vezes por semana! E bodycombat, quando a preguiça não aperta e há gente suficiente para o fazer!
Gostaram? Querem saber o que eu faço a noite???
Ah pois! A noite eu estudo! Desesperadamente!!!!

Queda e ascenção

O começo do meu dia de hoje foi estranho, começou pelo escandalo com o meu irmão (que coisa tão habitual) e pensava que o dia já foi arruinado enquanto ia para Coimbra.... e quando cheguei, recebi como oferta um rato daqueles minusculos com cabo extensível, próprio para portatil (que é um sony, como não podia deixar de relembrar:))!
Obrigada, Zé Gomes, pelo rato e pelos comentários fantasticos que tem aqui deixado:)

Para tornar este post em algo próximo da tese (objectivo do blog) o rato vai me ajudar muito na continuação da elaboração da tese:)

Friday, May 27, 2005

Saudades da neve






Saudades da neve... (final de Março 2005)
Até me arrepio a lembrar a quantidade de roupa que tinha que vestir para sobreviver ao frio (4 camisolas, das quais 2 grossas por baixo de casaco) e de uma carrada de malas e carteiras com documentos, dinheiro, telemovel, etc... que tinha que colocar por baixo do casaco!:) Só me lembro que se tivesse que fugir rapidamente, a minha mobilidade estava tão reduzida pela roupa e malas interiores que ficava já aí!:)

Como isto contribuiu para a minha tese? Eis a questão:) Talvez o facto das minha raizes: Se eu não fosse russa, será que alguem inventava uma tese assim? (Modestia, a minha virtude) :)

Reflexão sobre criatividade

Confesso que a minha vida não é só a tese e trabalho... Embora até a mim as vezes parece que eu não vivo, mas constantemente ou absorvo o conhecimento ou produzo software e energia termodinámica.

Um de meus passatempos recentes (é antigo, mas já me tinha esquecido quando o fiz da última vez) é escrita. O meu percurso como escritora começou na escola primária, onde já escrevia poemas, quando os outros miudos ainda aprendiam letras. Depois a poesia tornou a forma de eu escrever poesia sempre que fazia algum trabalho de improvisação, mesmo para os trabalhos de história ou lingua. Escrevia poemas, peças de teatro, canções, ... Em 93 ganhei o segundo lugar da Russia de poesia(tinha eu 15 anos e a minha professora mandou para concurso um dos meus poemas sem eu saber) e.... fui viver para Portugal. Pensem que acabou o meu percurso como poeta? Só quem não me conhece pensaria tal coisa. É claro que não. Primeiro comecei a compor em ingles, e depois, tive que aperfeiçoar o meu portugues para compor em portugues. Penso que todos os jovens escrevem, é uma forma de soltar o grito da alma e transmitir ao mundo a nossa música interior. Há uns 5 anos que não escrevo poesia: a alma não chora - os versos não pedem para sair. Também, a razão mais forte, não sinto necessidade de escrever, embora caso seja preciso, é só pegar no papel e lapis. Agora vou me tentar na proza: aceitei o desafio de um blog de escrita: Adoro-ler e escrevi a continuação para a primeira partre de uma história sugerida pelos autores. Aqui está a Primeira parte e aqui está a Minha continuação. Convido a todos que tiverem paciencia e gosto visitar o referido site, apreciar, e quem sabe, participar nos votos! Ficava vos muito agradecida se partilhassem comigo e com os outros participantes as nossas histórias criativas!

O prazo de votação termina no dia 1 de junho, por isso decpacham-se e boas leituras!

Abraço

Thursday, May 26, 2005

"Oda" aos meus amigos

Este post aparentemente foge do objectivo do blog (que é tese) mas é só aparentemente... Porque sem os meus amigos nem havia tese, nem altas notas nem... aquela Dasha que vocês criticam, mas aturam. Este post é para agradecer aos meus amigos por serem aqueles que são e por estarem aí quando eu preciso e quando não preciso. Agradecer por me aturarem o mau feitio, por sobreviverem corajosamente as minhas piadas infinitas, por se deixarem gozar, tolerantes e pacientes. E eu sei que não sou aparentemente uma pessoa "simpática" no sentido tradicional desta palavra, não gosto de fazer a cara e dizer palavras bonitas só por dizer, ou não sei ser querida e amorosa só para agradar a "sociedade", mas como alguns já tiveram a oportunidade de sentir, nos momentos difíceis deito abaixo a fachada gozona e dou tudo de mim para vós ajudar, encorajar ou acompanhar. Perdoam-me a dureza das minhas criticas, e crueldade de algumas piadas e opinhões. Perdoam-me a falta de paciência para convosco, falta de toleráncia e tentativa de medir todos a minha medida.
Não prometo que vou mudar, mas juro que reconheço os meus defeitos e sinto a culpa quando tenho sido injusta convosco.

Serve este blog para pedir desculpa aos amigos que alguma vez magoei ou não fui suficientemente tolerante. Serve para dizer que sem vocês eu não era eu. Serve para declarar a minha estima, reconhecimento e respeito por vocês e o meu profundo amor e reconhecimento da vossa importância.

Nós somos resultado de influência de pessoas que nós rodeiam. Sou o que sou apenas graças as pessoas fantasticas que me rodeiam.

Obrigada!

Epígrafo e divagações sobre o Jogo

Na ronda diária pelos blogs encontrei uma frase que me fez pensar e me atraiu muito:
“O jogo é o espelho da vida e o suporte da aprendizagem” (Froebel)


E uma outra:
Não deixamos de jogar porque ficamos velhos. Ficamos velhos porque deixamos de jogar.


Fez me pensar, porque sou programadora de jogos para crianças há 5 anos.
O que é um jogo? Apenas uma actividade que envolve um ou vários participantes, ou é uma forma de viver? Penso que o nosso sucesso na vida, a nossa capacidade de aprender e de se relacionar com as pessoas está directamente relacionada com a nossa capacidade de jogar. Para mim um jogo é uma forma de viver e de relacionar-se com o mundo que me rodeia. Objectivo do jogo? Criar a minha volta uma área que fará com que todos que lá entrem ficam mais sorridentes. As vezes já não distingo a margem entre a brincadeira e seriedade, acabo por brincar com tudo, mesmo com as coisas que a partida não deixam margem para brincadeira. Também é uma forma de jogar. Jogar com o pessimismo, realidade, seriedade... As vezes envolvo me tanto no jogo que perco a noção de fronteira entre a brincadeira e realidade, será mau? Gozo com as minhas falhas para impedir os outros gozarem com elas. Neste caso o jogo torna-se uma arma de defesa. Tudo que fazemos na vida faz parte de um jogo, torna-lo interessante ou monótono está nas mãos de quem joga.

Agora transformar este pensamento no objectivo do dia a dia: a tese....

O que vou fazer ensinará crianças criar os jogos de robôs e joga-los. Quanto mais cedo aprendermos jogar, melhor se desenvolverão as nossas capacidades cognitivas. Há crianças que passam horas a jogar com um lenço ou uma roda criando um mundo imáginário na sua cabeça e transformando o objecto com que jogam num Ser com inteligencia e alma. Mas há outros casos quando brinquedos sofisticados não criam nenhuma associação na criança e transformam-se apenas num objecto de desejo, que uma vez adquirido fica abandonado num canto escuro do quarto... Qual é a característica que transforma um brinquedo numa arma de acção contínua e cativa a criança continuar a explora-la? Será a possibilidade de criar diversas configurações? Parametrizar, adaptar aos seus gostos? Neste caso, consigo satisfazer este objectivo com a criação de robos que serão aquilo que a criança quer de acordo com o estado de espírito dela, serão um brinquedo sempre diferente, mas terá uma coisa que poucos (ou nenhuns) brinquedos oferecem: depois de programa-lo terá comportamentos inesperados de acordo com a "personalidade" do robo! Sim, o robo terá uma personalidade, que embora configurável pela criança, será um conjunto de comportamentos as vezes difíceis de prever e sempre diferentes, que reagirá aos estímulos exteriores de uma forma adequada como se de uma pessoa se tratasse.

Só receio que a criação de um amigo artificial não cative a criança isolar-se do mundo na companhia dele. Daí as capacidades colaborativas: criar vários robos que terão cada um a sua personalidade e poderão agir em conjunto é um desafio que permite a criança jogar com outras crianças e analisar comportamentos e reacções resultantes de determinados traços de caracter de robo, o que será uma amostra de comportamentos no mundo real...

Claro que será preciso fazer um trabalho titánico em juntar uma base de dados em todos os comportamentos e associa-los as acções de input e output, mas penso que aí a minha visão matemática estrutural irá ajudar-me analisar e rotular as variáveis.

Wednesday, May 25, 2005

Franceses...

Este sabado tive uma reunião do projecto com parceiros... É de referir que 3 destes parceiros (entre os 9) são franceses, o que resultou em 95% da reunião decorrer em francês. Tudo começou com apresentação de projecto em frances, almoço e discussão de work packages, onde toda gente falava frances excepto eu e outro participante portugues, que insistiam em falar ingles. (Eu não falo francês e quase não entendo nada, ele não sei, mas falava ingles). Quando depois de uma pergunta minha me começam a responder em francês, eu pedi para responderem em ingles, olharam para mim com pena como para uma deficiente: "But.... You don't speak french??????"!!!

Que raio se passa com os franceses para pensarem que todo o mundo devia saber francês??? Não é só irritante, como mostra o desrespeito deles perante outras pessoas! Por acaso falo 4 linguas e francês não faz parte delas, eles, só falam frances e um ingles "assim-assim". E o frances nem sequer está entre as 3 linguas mais faladas do mundo!

Resultado: passei parte da reunião fazer um trabalho de mestrado e outra parte a fazer cara ausente e a tentar perceber de que se trata, colocando perguntas de vez em quando em ingles... O que me salvou foi ter feito trabalho de casa tendo lido todos as descrições de projecto, com dicionário frances/portugues, é claro... E é de reparar que a reunião durou cerca de 9 horas com intervalo para almoço!!

Saí dai exausta, irritada e a saber quase o mesmo do que quando entrei! Estas reuniões dos projectos internacionais são realmente uma perda de tempo...

E é de acrescentar que eu era única mulher presente... E a pessoa mais nova... Quando lá entrei olharam para mim como para um extraterrestre! Será que refiro a parte da loira???:)

Reflexão sobre as notas e preguiça...

Como não podia deixar de referir...
Garoto à professora:
"Não quero alarmá-la, mas o meu pai diz que se as minhas
notas não melhorarem, alguém vai levar no focinho!"

Será possível que há duas semanas estou para fazer um paragrafo de abstract e ainda nem peguei no projecto tese??? Até tenho vergonha de o admitir... Entretanto passo noites com projecto multimédia (que finalmente terminei anteontem) e com trabalho de metalearning, que ficou espectacular, modestia a parte:)

E agora? Qual será a desculpa para não pegar em projecto tese? Trabalho de reconhecimento de padrões, em qual também não tenho muita vontade de pegar? Acho que agora não posso mesmo escapar, ainda com feriado de amanha...

Uma coisa que descobri e que nunca foi referida nas aulas de mestrado, é que a parte de algoritmos AI aplicados aos comportamentos já pertencem a uma área diferente, ou seja não AI mas AL=Artificial Life! E eu é que considerava AL algo misterioso e incompreensível, e afinal está aqui mesmo, na palma da mão:)

Os algoritmos de emoções que fizer para tese vão servir para outro projecto em que vamos participar com a empresa: Clone Virtual, por isso vou matar dois coelhos da mesma caçada, participando no package de artificial life e intelligence.

E é sempre bom saber que uma loira pintada de morena é inteligência
artificial, agora uma loira que não está pintada de morena, o que é?

Tuesday, May 24, 2005

Inspiração - Star Wars III - R2

Ontem fui ver Star Wars III, embora não sou fã nem gosto muito deste genero de filmes... A inspiração para criar um robo cricket foi o R2.

É um robô simples mas cómico, chegando mesmo a imitar os mauzões.

Objectivo nº 2: conseguir criar uma interface para criar robos cómicos... poder parametrizar sons ou comportamentos cómicos num robô é interessante, já os Furbies (os que não podem comer depois da meia noite e têm medo da agua)
usam este princípio para cativar a criança interagir com eles. Talvez programar um robô mais ou menos sério, ou poder inserir um conjunto de piadas ou truques para torna-lo mais "inteligente" e engraçado...

Começo... Mindstorm, para que te quero?

Por onde começa uma tese? Pelo estado de arte? Nem pensar! Uma tese começa por arranjar algo por onde se agarrar para não afundar no desespero total por não saber por onde começar!

No meu caso foi um conjunto de Mindstorm (para criar robos de lego)
com que enchi o meu quarto de peças de lego, manuais, motores, sensores... Na tentativa de montar um robo, desesperei por causa de uma tarefa pensada para crianças! E vou ter que criar uma interface e a linguagem para programar robos??? Objectivo nº 1: acessibilidade!

O que percebi desta primeira experiência é que um kit de robotica para crianças tem que ser acessível mesmo para loiras (que é o meu caso), as funcionalidades e todo o resto vêm no segundo lugar.

Início do fim

Apesar de ter criado um blog oficial sobre a tese de mestrado que estou a fazer, crio mais um, "não oficial", mais para relatar o caminho espinhoso e esburacado que leva a tornar-se uma "mestra"...
~Dasha~. Get yours at bighugelabs.com/flickr