Monday, June 27, 2005

Mesa de cabeceira...

Após a participação no novo desafio do Luz e Sombra(agradeço que leêm e comentam), e uma "pequena" conversa que tivemos com os participantes deste blog dedicado a leitura, olhei com maior atenção para a minha mesa de cabeceira que acumula os livros que estou a ler. Tenho um defeito, grave ou não, eu leio muito, mas coisas diferentes e ao mesmo tempo. Sempre era assim, devorando os livros que se contradiziam no estilo, assunto ou lingua, nunca consegui ler apenas um livro de princípio até ao fim sem ter pegado entretanto em mais algum.Esta questão surgiu em força quando olhei, tal como já disse, para a minha mesa de cabeceira.... E foi o que vi...

Juro, não mexi em nada, apenas peguei no telemovel e tirei a foto (ok, ok... virei alguns que não davam para ver a capa)...Agora, mais alguem não acredita que eu leio várias coisas ao mesmo tempo? E para salientar, na mesa de cabeceira não estão os livros técnicos que estou a ler para o mestrado ou para o trabalho (estes estão empilhados no outro lado!!! e a estes vou dedicar um outro post), aqui está apenas leitura soft:)

Algures em baixo estão duas edições de Cosmopolitan (sim, também leio isto) Um livro em português sobre robótica, estilo soft. Alguns livros em russo, mais policiais. Um livro sobre yoga (em russo).Um livro sobre estilos e etiqueta (não me lembro de como lá veio parar, mas já que está lá, eu leio:)). Um de V. Pikul' ("Força negra", sobre Rasputin) e outro de Remark (Obelisco Negro). Aleksey Tolstoi ("Conde de prata", poemas e retrato histórico da monarquia russa) Há um policial histórico, mas documentário sobre os segredos por trás de títulos de nobreza russa (sec. XVII-XIX). Também estava lá o O'Genry, mas não me lembro de onde o deixei pela última vez.

Acabei de ler a "Arcada de Triunfo" de Remark, custou o final... não conseguia ler porque estava a chorar a "ver" Joan a morrer. O livro é muito profundo, faz nos estar com a personagem e sentir tudo o que ela sente. É um livro de guerra, mas mais de tragédia humana que acompanha a guerra, quando se trata de pessoas que não estão na frente de fogo. Também é sobre repressão dos judeus. Aconselho a ler, é muito bom, mexe connosco. Está traduzido para português.

Os policiais em russo, que estão na maioria: são 5 ao todo (sinto uma pontada de vergonha em admitir que leio isto porque não é o tipo de leitura que considero muito digna) ajudam-me muito naqueles momentos de cansaço e stress, quando se passa o dia a lutar constra bug's no programa e depois metade da noite passa-se a estudar.E depois restam 3 horas para dormir e olha-se para o relógio com o pensamento desesperado: amanhã não vou conseguir levantar-me! E depois deito-me, pego num destes policiais soft e abstraio-me completamente da realidade, porque não é preciso estar a activar muito o cerebro para entender o que está lá escrito:) Ajudam-me a esquecer e desligar as preocupações do dia a dia, e quando já sinto os olhos a fechar, perto dos 4 ou 5 damanha, adormeço, ou com policial ainda na mão ou (se ainda não estiver a dormir)enfiando-o no topo da pilha de livros:)

Mas há outros dias em que me apetece uma leitura mais profunda, para estes tenho sempre aqueles de Remark ou Pikul' ou de história.Vou falar um bocadinho sobre... o O'Genry, é o meu autor preferido (depois de Bulgakov, Pasternak, Pushkin, Lermontov, Jack London,Jerom K. Jerom, Stendhal e muitos outros... tenho tantos preferidos:)), mas O'Genry é um autor que podemos ler infinitamente, sem nós fartar, mesmo quando repetimos a leitura. Composto pelas pequenas estórias, são um reflexo da realidade que ele viveu transportando nos para um pequeno espaço que vivem as suas personagens, sempre reais, únicos e com um fim sorridente e ternurento.Em O'Genry eu adoro os finais, porque são sempre bons, as vezes naquele estilo Happy End americano,mas de uma forma única: ele retira um pedaço da vida da sua personagem, deixa nos mergulhar no seu dia a dia, sem nos cansar, deixa nos sentir com esta personagem e coloca-nos em estado de alerta porque as coisas ou são complicadas ou começam a complicar, e depois um cruzamento de acontecimentos resolve a situação da melhor forma. Os finais de O'Genry são todos acompanhados com um sorriso. A escrita é fluida, estórias curtas. É simplesmente espectacular.

Muitas vezes acabo de ler um livro e já sinto pena de este ter acabado, apetecendo-me rele-lo. Houve livros quais eu adorava ler como se fosse pela primeira vez. Mas com tantos livros por ler ainda, não sei como arranjo tempo para conseguir fazer tudo:)
De qualquer forma penso que vou relatar neste blog o progresso das minhas leituras, deixando algumas vezes os conselhos e sugestões de leitura que já tenha feito. Espero que vocês colocam aqui alguns comentários com as vossas sogestões de leitura (para adicionar a pilha de livros da mesa de cabeceira:).
Abraço

7 Comments:

Blogger Eduarda Sousa said...

Grandes leituras... eu estou a acabar "A oeste nada de novo" de Remarque e vou a meio da "Naúsea" de Sartre. Segue-se a seguir "Fausto" de Goethe. De facto também não consigo estar a ler apenas um único livro, pelo menos dois quando não mais :) não gosto nada de policiais mas também preciso de descansar a cabeça de vez em quando e pego em romances mais levezinhos :) tenho em casa Vermelho e Negro de Stendhal mas nunca me deu para pegar nele e ler! porque gostas tanto de Stendhal?

beijinho

28/6/05 10:52  
Blogger Dasha said...

Porque gosto de Stendhal... pelas suas descrições da natureza, pelo amor e romanticismo presente em todas as suas obras. Pela compreenção da palavra "patria", espirito revolucionário... Pela descrição habilidosa de contradições da sociedade... Por mostrar acessivelmente a psicologia de pessoas de "baixo" que também tÊm o seu orgulho, honra e sentem a dor da mesma forma como os "nobres". Ele descreve os sentimentos com muita poesia e liberdade, misturando o amor a honra o odio na mesma obra. A última que li foi Vanina Vanini, é um romance repleto de paixão, revolta, muito fácil de ler, lê-se em dois dias. Aconselho.

O Vermelho e Negro já li há muito tempo, lembro-me que me marcou, ele descreve a personagem plebeu atribuindo-lhe o orgulho e honra raros de encontrar. Tenho que reler.:) Também há Mosteiro de Parma, muito romantico, mas com muita política pelo meio.

Penso que aconselharia começar por conhecer o Stendhal com Vanina Vanini, por ser a obra de mais fácil leitura, e depois passar para Vermelho e Negro.

Espero que consegui convencer-te a ler Stendhal:)
beijinho

28/6/05 11:48  
Anonymous Anonymous said...

Eu só lio um de cada vez, gosto de me dedicar a minha leitura.
Também lio livros para ter o efeito que tu tens com policiais, mas os meus sao normalmente de fantasia ou ficção cientifica.
Não conheço maior perte dos autores

29/6/05 12:37  
Anonymous Anonymous said...

Grande Pilha de livros, Dasha, e a maior parte são de autores russos, não precebo muito bem porquê :).
Acho que devias deversificar (ok, já fazes isso um bocado!) , mas tenho algumas sugestões, como por exemplo voltaire, "cândido" que gosto bastante. Outro autor, agora mudando de continente é o jorge luis borges e a sua história universal da infâmia, é porreiro :), por fim o marques de sade , que quer aceredites ou não em 1975 estava no top de livros mais vendidos em portugal. O livro era a filosia da alcova :)

Atentamente me subscrevo, sem saber o que dizer mais, e esperando que o comentário te agrade

fernando

29/6/05 16:47  
Anonymous Anonymous said...

já agora a pessoa que comentou anteriormente ao meu comentário, tb não conhecia a maior parte deles

29/6/05 16:49  
Blogger Dasha said...

A pessoa que respondeu antes de ti parece que tem problemas de erros de sintaxe e conjugação de verbos:) (as minhas desculpas, Ricardo, mas já me conheces), mas se ele tentar transmitir as suas ideias com Manga, consegue o muito bem!

Eu conheço e gosto de Voltaire, embora a sua escrita é muito específica que exige que se lê "de propósito", ou seja não como uma forma de leitura para descançar o cerebro :), ou uma leitura que se engole.

O Marques de Sade também li, embora as escondidas, porque não era um livro que me permitiam ler (tinha para ai 18 anos), lembro me que o interesse pelo livro foi mais por ter sido um livro poibido, do que pelo seu valor literário. É claro que foi o livro mais lido em 1975, deve ter sido permitido nesta altura? Algo me diz que na altura de Salazar não seja um livro muito sugerido, não?

O outro autor que referes não conheço.

O teu comentário agradou-me muito, sim. Deixa me responder com uma vénia profunda a um fim tão cortês:)
Abraço

29/6/05 17:09  
Anonymous Anonymous said...

Sem problema, eu sempre teclei com uma qualidade mais virada para a pressa e a interpretação do leitor do que o cuidado e a delonga na escolha das letras, isso fica para situações formais, e se caso esta seja uma então devo estar no lugar errado =P

Não sou versado em leituras, nem em grandes obras ou autores, por consequencia, acho que é natural que o meu próprio cuidado com a escrtia seja um pouco em falta.

3/7/05 20:32  

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